A reunião do Conselho de Representantes da Firjan e Firjan CIRJ ocorreu na segunda-feira (21/2) de forma híbrida na sede da Firjan Serrana, em Petrópolis, município afetado pela tragédia das fortes chuvas. O vice-presidente da Caixa, Celso Leonardo, participou remotamente direto de Brasília e destacou as primeiras ações do banco público para atender às demandas emergenciais da população local.
Segundo ele, é fundamental dar sustentação econômica ao município. “A Caixa também teve agências atingidas pelo temporal. Já enviamos para Petrópolis um caminhão-agência para atendimento à população. Agora, é importante entender às demandas do pequeno e micro empresário, para podermos atuar de forma imediata com linhas de crédito e outras ações para esse público”, relatou Celso Leonardo.
Com a presença dos empresários de Petrópolis, o encontro foi aberto pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. Ele fez um relato das ações adotadas pela federação para minimizar parte da tragédia que acometeu mais de 65% dos empresários petropolitanos, a grande maioria pequenos e micro. Eduardo Eugenio lamentou a morte da professora da Firjan SESI, Raquel de Lima Novaes Rocha, assim como as mais de 300 vítimas entre mortos e desaparecidos.
“Foi uma tragédia gigantesca. Assim que tomamos conhecimento, ainda na terça-feira à noite, começamos a trabalhar, reunindo a diretoria da federação para ativar nossa rede de representantes e colaboradores. Na mesma noite falei com o prefeito da cidade, colocando nossos serviços à disposição. No dia seguinte, conversamos com o governador Cláudio Castro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, secretários municipais. Reunimos nosso conselho empresarial para definir os rumos das ações e das arrecadações, que começamos a receber a partir daquele momento”, listou.
Eduardo Eugenio relatou ainda os contatos com bancos públicos e agências de crédito para iniciar o trabalho de atendimento ao pequeno e micro empresarial. “Os empresários já enfrentavam problemas devido à pandemia. Agora veio esse tsunami e muitos perderam, além das vidas humanas, seus estoques, equipamentos, matéria-prima. É preciso recompor os ativos e o capital de giro para a recuperação econômica e a garantia de emprego dos trabalhadores da cidade”, disse.
Centro de Atendimento ao Pequeno Empresário
O Centro de Atendimento ao Pequeno Empresário está funcionando na Regional Serrana com a participação da Caixa, AgeRio, Sicoob, Enel e o Núcleo de Acesso ao Crédito da federação. Nos dias 23 e 24, foi realizado um mutirão Tira-Dúvidas organizado pelo BNDES com os principais bancos públicos e privados: BB, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander. Ainda nessa quinta-feira, dia 24, houve um Tira-Dúvidas Meio Ambiente com representantes do INEA e da secretaria municipal de Meio Ambiente.
Também foi feita uma apresentação da campanha Firjan SESI Solidariedade SOS Petrópolis. Em menos de uma semana, foram arrecadados R$ 1,1 milhão em espécie e milhares de suprimentos alimentícios, material de higiene e de limpeza, entre outros itens, com a participação de mais de 35 empresas doadoras.
Júlio Talon, presidente da Firjan Serrana, afirmou que todas as ações desenvolvidas pela federação são importantes nesse grave momento, mas disse também ser necessária a sociedade, entidades e população, promoverem uma campanha mais efetiva junto aos órgãos públicos de cobrança de políticas públicas de planejamento urbano. “É necessário ter o controle de ocupação do solo e evitar o adensamento populacional em áreas de risco em todos os municípios da Região Serrana”, explicou Talon.
O presidente em exercício da federação, Luiz Césio Caetano, assegurou que a Firjan e seus associados têm capacidade técnica de promover um trabalho em parceria com as autoridades, para superar as necessidades imediatas e mostrar o que pode ser feito a médio e longo prazos. “Temos que ajudar nossos empresários que estão sofrendo nesse momento e cobrar ações das autoridades. Mas podemos ser parceiros, oferecendo assessoria técnica”, disse Caetano.
Ainda durante a reunião do Conselho, diversos empresários fizeram relatos da situação dramática que estão vivendo nesse momento. Vice-presidente da Firjan Serrana e presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas de Petrópolis, Valter Zanacoli relatou como muitos funcionários não têm como chegar aos locais de trabalho, o empresário está sem receber mercadorias, entre outros graves problemas. “É necessário a prefeitura minimizar os impactos na infraestrutura da cidade, para que as atividades voltem a funcionar o mais breve possível”, pediu Zanacoli.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Petrópolis, Addison Meneses, está entre as centenas de empresários da Rua Teresa que ainda não conseguiram reabrir a empresa e não sabem o prazo em que isso ocorrerá. Segundo ele, o cenário é muito triste com muitas perdas irreparáveis. “Em relação às nossas empresas, é necessário um olhar atento, pois muitas já passam por uma grande instabilidade devido à pandemia, e certamente não têm condições de enfrentar uma tragédia dessas sem apoio”, disse.