Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Educação: o desenvolvimento sustentável como um desafio do ensino do século XXI foi o tema do Aquário Casa Firjan, de 05/12. Esta edição foi promovida em conjunto entre o Lab de Tendências e o Portfólio Firjan SESI de Educadores da Casa Firjan, de forma presencial e on-line. Especialistas discutiram como a educação pode contribuir com o tema e como envolver os diferentes atores sociais no processo educativo.
Assista à íntegra do Aquário:
Flávia Vianna, gerente no Pacto Global da ONU no Brasil, explicou que os ODS apontam objetivos além dos ambientais, já que a maioria trata de questões sociais e de governança. A missão do Pacto é dialogar com as lideranças empresariais, apoiando suas jornadas de sustentabilidade: “Os 17 ODS estão interligados. Ao falarmos de um, tangenciamos outros. Das mais de 150 metas, 92% estão ligadas a direitos humanos. Educação é prioridade para se discutir ODS. Discutimos também equidade de gênero e saúde mental, entre outros temas. O desafio é tão grande que não vamos conseguir avançar se não dialogarmos com todos: iniciativa privada, sociedade civil organizada e governo”.
Lennon Medeiros, cofundador e cientista na Visão Coop, contou como a cooperativa de Queimados, na Baixada Fluminense, conecta o saber das comunidades com o da ciência, promovendo melhorias: “Os desafios só serão superados com união e governança. Criamos a plataforma Territórios para transformar saberes em dados. As informações dos moradores sobre enchentes foram levadas ao poder público e ajudaram a evitar perdas nas cheias do último verão. Em outra atividade, alunos do Ensino Médio aprenderam a testar a qualidade da água, e, junto à Defensoria Pública, estamos questionando na Justiça por que a água distribuída em Queimados é mais impura que a da zona sul do Rio”.
A escola formal é um espaço relevante que muda nossas vidas e tem papel de política pública. Mas é preciso superar conceitos e paradigmas que não reconhecem saberes como o do indígena e o das comunidades, segundo Felipe Tavares, coordenador do curso de Geografia da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “Os saberes do quilombo, da aldeia, do terreiro não costumam ser considerados na escola. Aí os ODS parecem tão distantes da enchente e do calor extremo. É preciso reconhecer a potência desses saberes para as mudanças. A solução para problemas como o das enchentes depende de uma mobilização da sociedade, mediante mídia independente e redes sociais, para responsabilizar o Estado”.
O Aquário é um espaço de diálogo, aberto ao contraditório, segundo o mediador Geovane Barone, analista de Conteúdo e Inovação do Portfólio SESI de Educadores da Casa Firjan. Assista!