Como conectar a emoção das pessoas de forma relevante para quebrar tabus ou ressignificar ícones? Para responder a essa pergunta, a edição 207 do Aquário Casa Firjan reuniu três especialistas, em 17/10, mostrando como tornar mais assertivo e mais efetivo o brand storytelling e apresentando cases de sucesso, atrelados a marcas ou não.
“A potência que existe no bom brand storytelling se dá exatamente desse encontro mágico, em que a marca está presente, mas não é mais uma conversa sobre ela, é sobre as pessoas. Porque, se não for assim, ninguém vai assistir”, avaliou Patrícia Weiss, chairwoman da Branded Content Marketing Association Portugal & South America, consultora e professora de Brand Storytelling.
Vai muito além de um conteúdo que simplesmente entretém, acrescentou ela, no evento que tratou do “Brand Storytelling 2: o poder de gerar conexão emocional e transformação a partir de histórias relevantes”, que contou com a especialista também na primeira edição, em maio.
Confira abaixo a íntegra do Aquário:
O desafio é detectar o que faz um conteúdo realmente representar uma potência nesse encontro de marca com histórias. Como exemplo, ela mostrou o conteúdo de uma marca de apostas da Europa que usou o storytelling para conseguir se diferenciar e se distanciar daquela conversa em que todo mundo vende a mesma coisa. A marca, que resolveu contar histórias dos portugueses do esporte, está lançando um filme de cerca de uma hora e meia sobre a Ticha, a única atleta do basquete português que chegou à NBA, mas ainda assim há portugueses que não se lembram dela.
Isso, esclareceu Patrícia Weiss, ressignifica um ícone e constrói aquele elo, uma aproximação emocional com consistência e coerência. Na opinião da especialista, as marcas precisam significar mais, assumir o papel de catalisadora de conversas relevantes para a sociedade, que tenha uma consistência de se manter, de explorar o universo de conversa até o fim, como a Dove, que há 20 anos começou a falar sobre o que realmente é a beleza, e não os padrões impostos pela sociedade, e não parou mais.
Cases de sucesso
Quebrar o tabu da menstruação foi o objetivo do case “Nosso sangue, nosso corpo”, da Sempre Livre, de 52 minutos. Henrique Molina, gerente criativo na The Walt Disney Company Brasil, contou que a marca queria falar com a geração Z, formada por meninas mais jovens, que falam mais abertamente sobre o tema.
“O documentário foi realizado a partir do olhar dessas meninas fortes do Brasil, da Argentina, África do Sul e Índia, mostrando o dia a dia delas, sempre puxando para a pauta da menstruação, em um documentário de uma hora”, contou Molina.
A cantora de bossa nova Alaíde Costa é a protagonista do vídeo case do Johnnie Walker. Andréa Rubim, a primeira head mulher da empresa no Brasil, esclareceu que Alaíde foi a estrela da produção da marca de uísque, depois que a companhia, que sempre celebrou o progresso coletivo, deu uma virada global e resolveu olhar mais para histórias individuais, de pessoas que deram passos ousados.
“Alaíde Costa é uma joia que persistiu na carreira, que não abriu mão do sonho, apesar de todas as negativas que ouviu das gravadoras”, contou Andréa Rubin, ao explicar a relação do objetivo da marca com a trajetória da cantora.