
Da esq. para dir.: Rangel Costa Lage (Somma Cálculo Estrutural), Marcelo Kaiuca (Firjan), Vanderley John (USP) e David Nonno (Cury Engenharia)Foto: Vinícius Magalhães
O futuro da alvenaria estrutural foi tema no Rio Construção Summit, evento realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) e apresentado pela Firjan, de 24 a 26/9, no Pier Mauá, na zona portuária. O assunto foi abordado no painel "Alvenaria estrutural: sustentabilidade, desempenho e edifícios altos", moderado pelo vice-presidente da Firjan, Marcelo Kaiuca. Realizada no auditório Sebrae, a roda de conversa, que reuniu profissionais do setor e da academia, destacou os avanços de um processo construtivo que vem se consolidando como alternativa de menor custo e maior sustentabilidade.
“A alvenaria estrutural é um processo antigo, mas, ao mesmo tempo, moderno. Atualmente existem alternativas para a construção de prédios de até 30 pavimentos, com menores custos, a partir da implementação de processos inovadores. A tecnologia tem sido uma grande aliada para o setor da construção civil, o que vem contribuindo para importantes avanços”, destacou Kaiuca, também presidente do Fórum Setorial da Construção Civil da Firjan.
O debate contou com a participação de Rangel Costa Lage, sócio-diretor da Somma Cálculo Estrutural; de David Nonno, diretor técnico da Cury Engenharia; e de Vanderley John, professor titular e pesquisador Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Os especialistas debateram sobre os ganhos da alvenaria estrutural e sobre as técnicas existentes que viabilizam o processo construtivo, que em nada perde para as construções tradicionais. O sistema construtivo que vem ganhando mercado usa mecanismos que desempenham a função de suportar maiores cargas da edificação, eliminando a necessidade de vigas e pilares, além de viabilizar uma obra mais limpa.
“Hoje o Brasil produz blocos de alvenaria que viabilizam a construção de edifícios mais altos com menor custo”, destacou Rangel Lage, que ao lado dos demais especialistas ressaltou os mitos que existem sobre o processo construtivo. Um deles seria o fato de que a alvenaria estrutural não permite reformas e não pode ser usada para qualquer obra. Informação que foi contestada pelos palestrantes.
A necessidade urgente de formação de mão de obra qualificada para acompanhar as mudanças do setor da construção civil foi um alerta. E neste ponto, a atuação de instituições como a Firjan SENAI foi apontada como essencial para a formação profissional para esse novo mercado.
Da mesma forma, os palestrantes apontaram que as indústrias do setor precisam estar cada vez mais atentas para acompanhar as exigências desse mercado, com o olhar para uma atuação mais sustentável no que se refere às medidas voltadas para a redução de carbono. Neste ponto, Vanderley John alertou sobre ferramentas existentes que auxiliam as empresas no cálculo de carbono, tornando a atividade mais competitiva. A digitalização da indústria da construção, além de contribuir para tornar o setor mais sustentável, vem auxiliando no melhoramento de diferentes fases dos projetos construtivos.
Um dos representantes do setor no território fluminense, Kaiuca enfatizou a gama de debates promovidos nesse que é considerado o maior evento da construção civil na América Latina. “O evento tem como proposta colocar o Rio de Janeiro na liderança desse setor no país. Temos um país com um número muito grande de obras, foi o setor que mais empregou em 2024, segue crescendo em 2025 e a expectativa é que se desenvolva mais”, enfatizou.
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Foto: Vinicius Magalhães |