
Celso Mattos (de pé), presidente do Sindirepa-RJ e vice-presidente da Firjan, na abertura do eventoFoto: Vinícius Magalhães
Para discutir qualidade, segurança, inovação, mão de obra e sustentabilidade na mobilidade urbana, o Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Rio de Janeiro (Sindirepa-RJ) promoveu o 8º Seminário da Qualidade Automotiva, nessa terça-feira (22/7). O evento, com patrocínio da Firjan SENAI SESI, Naturgy e Kolbenschmidt, foi realizado na Casa Firjan, com a presença de empresários e profissionais do setor.
Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, defendeu a integração do gás natural e do biometano para a descarbonização do transporte pesado, ao lembrar que a medida consta da “Agenda de Propostas Firjan para um Brasil 4.0” para o estado do Rio. Ele destacou que o estado já conta com uma relevante frota movida a gás natural veicular (GNV), especialmente de automóveis.
“Também merece destaque a tendência da adoção cada vez maior de soluções híbridas. Veículos com mais de um tipo de combustível têm ampliado a participação na frota”, ressaltou Caetano, após afirmar que a Firjan se orgulha das iniciativas em parceria com o Sindirepa-RJ pelo maior desenvolvimento do mercado de GNV no estado do Rio e pelo aumento da competitividade.
Ao explicar o papel que o Sindirepa tem cumprido no debate energético, Celso Mattos, presidente do Sindirepa-RJ e vice-presidente da Firjan, afirmou que o sindicato defende o gás natural veicular, como alternativa segura, limpa, econômica e estratégica para o setor automotivo.
Dessa forma, segundo Mattos, o Sindirepa tem atuado com firmeza na discussão pela redução do preço da molécula do gás. “A composição tarifária atual é desproporcional e compromete a competitividade do mercado. Há um tempo, temos defendido a necessidade de abrir novos caminhos para um mercado livre do gás, como alternativa para garantir a liberdade de escolha, com maior equilíbrio entre ofertas e demandas”, argumentou.
Para o presidente do sindicato, a abertura do mercado pode destravar investimentos e dar mais autonomia às empresas, favorecendo toda a cadeia produtiva, da indústria ao varejo. Mattos também se posicionou contra os avanços das iniciativas legislativas que buscam colocar as associações de produção veicular sobre o controle da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Ele enfatizou a importância e força do setor que possui 3.500 oficinas no estado do Rio de Janeiro e registrou em 2024 um aumento de 50% no número de empregos em relação a 2023.
Priscila Sakalem, secretária de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana, disse que a pauta de mobilidade urbana fluminense está dividida em três grandes eixos: integração modal, com eficiência energética e mobilidade da população; sustentabilidade e qualificação profissional. “O governo vai fazer a licitação dos ônibus intermunicipais. São 1.100 linhas que serão licitadas dentro de todas as práticas sustentáveis, com menor emissão de CO2 e cota para ônibus verdes, que ainda não foi definido se será de hidrogênio, híbrido, elétrico ou a gás”, informou a nova titular da pasta. Ela adiantou que o edital vai exigir que 20% dessa frota seja sustentável.
Sobre qualificação profissional, a secretária disse que espera contar com a expertise da Firjan SENAI para contribuir com a capacitação da mão de obra nessa transição tecnológica.
A 8ª edição do seminário contou com participação de especialistas em dois painéis. O primeiro debate “Qualidade e segurança na reparação: impactos na mobilidade Urbana” e o segundo tratou de “Inovação, sustentabilidade e mão de obra: desafios da reparação para a mobilidade do futuro”. No evento, foram discutidos também os aspectos gerais da Lei Complementar nº 213/2025 e seus impactos na cadeia produtiva da indústria de reparação automotiva.