“Quem já foi velho levanta a mão” é uma dramaturgia para infância escrita por Sérgio Pires, que se propõe a entender o que é ser criança e o que é ser idoso. Quais as diferenças? Porque o medo de velho, ou o medo da velhice?
O Velho do Saco, a Velha Corcunda, imaginários que há muito tempo amedrontam as crianças, são desmitificados, pois são eles que criam o afastamento dos nossos velhos e velhas.
Para a direção interessa ressaltar a importância da sabedoria e dos saberes dos velhos. Os atores, em cena, brincam de criar e contar histórias.
Em outro plano, o velho e a velha observam e, mesmo não se comunicando, falam sobre a sabedoria da velhice ao verbalizarem verdades como “Só fica velho quem não morre” e ”Ser velho é ter muitas histórias para contar”.
A dinâmica da cena se estabelece entre as atrizes e músicos por meio da contação de histórias, da música ao vivo e de uma intensa movimentação cênica que se aproxima da dança. Esse partilhar de linguagens artísticas traz registros da memória recente da nossa cultura popular.
O ápice do espetáculo acontece quando uma nova história é introduzida: a de uma cidade onde ninguém mais envelhece. E se não envelhecem, não crescem, não estudam, não namoram e não casam. Alcançar a longevidade tornou-se um sonho nesta cidade.
A linguagem do teatro de bonecos é estabelecida como solução cênica. A ação de transformar a cena em outra configuração cria novas percepções sensoriais e poéticas na plateia, ampliando personagens e ensinamentos sobre o passar do tempo.
Cenário, figurinos, instrumentos e objetos de cena são coloridos, adereçados, com base na cultura popular.
É importante ressaltar a importância da figura do livro. São muitos livros na cenografia, que além de serem manuseados, criam uma ambientação poética que estabelece um caminho de descobertas na cena.
A partir de um figurino básico, preto, os atores assumem personagens, usando peças de roupas e adereços com superposições ou mudanças, que demonstram a evolução e vida.
O somatório de questões apresentadas no espetáculo ultrapassa o público infantil e deixa em aberto um convite para todas as idades refletirem sobre o tema do envelhecimento.
Duração:
60 min
Classificação:
Livre
Ficha técnica:
Direção artística e de produção: Armindha Freire
Direção de movimentação cênica e preparação corporal: Vera Lopes
Direção musical, arranjos e preparação vocal: Guilherme Lisboa
Direção de arte: Alexandre Murucci
Adereços, bonecos e cenotécnica: Adilson Lopes
Programação visual: Lillian Barreto
Comunicação e divulgação em redes: Cia Aruten de Teatro e Narrativas
Elenco: Armindha Freire, Eliane Soares, Carol Souza, Gui Lisboa e Léo Mendes.
Foto:
Divulgação
Gratuito
29/11/2025 - 15h
Livre
Teatro Firjan SESI Macaé
Alameda Etelvino Gomes, 155 - Riviera Fluminense
