Estudar arquitetura, ser engenheiro, construir próteses para pessoas com dificuldade de locomoção. A quantidade de opções para o futuro é tão variada como as habilidades que os estudantes Pedro Torres, 10 anos, e Juliana Marques, 16 anos, desenvolvem nas aulas de robótica ministradas na Escola Firjan SESI Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. 
 
Aluna da instituição desde os 4 anos, Juliana começou a estudar robótica, integrada às outras disciplinas, no 2º ano do Ensino Fundamental. No 6º, já fazia parte da equipe que participa de torneios regionais e nacionais, com turmas no contraturno escolar. Para a adolescente, hoje no 2º ano do Ensino Médio da Escola Firjan SESI com Curso Técnico da Firjan SENAI, o aprendizado serviu para ampliar suas competências muito além da sala de aula. Também direcionou sua escolha profissional: Juliana pretende ser engenheira de produção e utilizar a robótica em processos industriais. 
 
“A determinação e a vontade de aprender aumentam muito. O foco, a lógica e o raciocínio também. Mas o maior impacto da robótica na minha vida foi em relação à timidez. Eu era muito tímida e hoje não tenho mais vergonha. Aprendi a falar em público, porque temos que apresentar nossas missões”, conta.
 
Missões são as tarefas propostas durante os torneios, que devem ser desempenhadas pelos robôs previamente construídos pelos times de estudantes. Mas não são apenas programação e matemática que fazem uma missão dar certo. Aliadas a esses dois conhecimentos-chave, todas as áreas de conhecimento podem contribuir para os alunos encontrarem a solução de um problema. 
 
Os robôs são construídos a partir da articulação entre saberes de diferentes ciências, como a matemática e a física. Mas pode haver elementos de química e geografia, de engenharia, dependendo do sistema a ser programado, além dasartes ,sempre exploradas. O robô não só precisa ser prático, mas minimamente harmônico dentro do ambiente no qual ele vai interferir. “A proposta da robótica é interligar conhecimentos. A gente sempre traz um problema e um questionamento: como podemos resolvê-lo?”, explica Simone Caires, analista de Educação da Firjan SESI responsável pela área de Ciências da Natureza.
 
campanha-institucional_materia-robotica-facebook2__brunoalencastro.jpgJuliana perdeu a timidez ao ter que se preparar para as apresentações dos torneios de robótica - Foto: Bruno Alencastro
 
Além de ser um ramo educacional que permeia todos os conhecimentos, a robótica também prepara os alunos para um mercado profissional que começa a despontar no Brasil aos poucos, a indústria 4.0. Baseada em conceitos como inovação e transformação digital - onde a tecnologia é protagonista dos processos e tomadas de decisão -, ela demanda muito mais pensamento crítico e criatividade dos profissionais. 
 
“O ensino de robótica estimula o pensamento crítico, a autonomia, a inteligência emocional, o respeito ao pensamento do outro, o desenvolvimento da curiosidade, por meio da pesquisa, além da responsabilidade social. Afinal, você não aprende nada só para si. E isso a indústria 4.0 apresenta: é uma indústria voltada para as necessidades do mundo real. Justamente o que os alunos aprendem é a customizar soluções para o mundo em que vivemos”, observa Ana Helena Mendes, analista de Educação da Firjan SESI. 
 
É exatamente uma solução para facilitar a vida de milhares de brasileiros que ronda a mente do aluno Pedro, do 5º ano. Participante do seu segundo torneio de robótica - no primeiro, ganhou segundo lugar na etapa regional e primeiro lugar na categoria de projeto da etapa nacional -, ele sonha em construir e programar robôs com o objetivo de ajudar outras pessoas. “Penso em construir uma prótese que ajude os deficientes a se locomoverem melhor”, conta o estudante, que também tem planos de ser arquiteto ou engenheiro, para construir a própria casa, além de jogador de futebol. 
 
“A robótica ajuda principalmente no trabalho em equipe. É importante aprender isso porque às vezes as pessoas que não trabalham muito em grupo, e não têm esse conhecimento. Acabam querendo absorver só a sua ideia, não querem ouvir a dos outros, quando a dos outros pode ser a que dá certo”, diz.

 

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