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Economia do Rio

Setor da Construção Civil lidera a geração de postos de trabalho na indústria do Rio

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Publicado em 22/10/2020 16:35  -  Atualizado em  27/10/2020 19:07

Reportagem da Carta da Indústria

Após resistir a uma grave crise desde 2014, a Construção Civil começa a viver um novo cenário, com taxa de juros baixa, diminuição de estoque e um pequeno aumento no número de lançamentos, além de maior demanda por obras residenciais e da volta dos investidores em unidades habitacionais. A análise é de Marcelo Kaiuca, presidente do Sindicato das Indústrias de Artefato de Cimento Armado, Ladrilhos Hidráulicos e Produtos de Cimento no Estado do Rio (Induscimento) e também do Conselho Empresarial de Assuntos Tributários da Firjan.

Essa realidade, que volta a movimentar a cadeia produtiva da Construção Civil, se reflete no novo Indicador de Retomada dos Empregos, elaborado pela Firjan e que integra a plataforma Retratos Regionais. Os números revelam que a geração de postos de trabalho no setor industrial fluminense começa a atenuar o rastro de destruição deixado pela pandemia da Covid-19, evidenciando a confiança dos empresários em fazer investimento em mão de obra.

Em julho e agosto, a indústria recuperou 16,5% das vagas perdidas entre março e junho, de acordo com a plataforma, que utiliza dados oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do governo federal. A cadeia da Construção Civil liderou esse movimento. A taxa de juros baixa incentiva a aquisição de financiamento habitacional, uma vez que o valor da prestação passa a caber no bolso. A pandemia também colaborou com esse comportamento, uma vez que, em casa, as pessoas começaram a sentir necessidade de fazer um upgrade, mudando para um espaço maior, elevando, assim, as vendas das construtoras.

Indicador de Retomada dos Empregos
na Indústria do Rio

Saldo entre março e junho
- 35.757

Saldo entre julho e agosto
+ 5.886

Também por conta do isolamento social, a percepção dos moradores em relação a suas casas mudou e, por isso, houve um aumento nas reformas residenciais. A outra ação é a volta dos investidores, tanto o que incorpora quanto o que compra várias unidades para investir, incentivado também pelos juros baixos, uma vez que nesse investimento pode conseguir uma remuneração melhor.

“O emprego nas construtoras em função disso está tendo um aumento. O setor estava no fundo do poço e agora estamos começando a reerguer. O pessoal está mais animado, mais otimista”, avalia Kaiuca, que está confiante com relação a 2021.

Efeito multiplicador

De acordo com Marcio Felipe Afonso, especialista de Estudos Econômicos da Firjan, a mensagem principal é de que o estado do Rio iniciou a retomada dos empregos, liderada pela indústria em geral. Para ele, a geração de vagas na Construção Civil, importante segmento nessa retomada, transborda para outros setores, como o comércio de materiais e afins, além de promover um efeito multiplicador na economia fluminense.

Algumas atividades estão se destacando nesse movimento, como a de produtos de metal, que recuperou 1.061 das 1.148 vagas perdidas entre março e junho, indicando uma retomada de 92,4%. Isso significa que nove em cada 10 vagas perdidas no início da pandemia já foram recriadas em julho e agosto.

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“Esse é um setor que, muito provavelmente, na próxima aferição, já terá superado tudo que perdeu entre março e junho, e talvez esteja até gerando saldo positivo no ano”, prevê Afonso, destacando outros setores da cadeia da Construção Civil que contrataram no período: o setor de minerais não metálicos, que produz material para obras, e de material plástico, em especial tubos e acessórios para uso na construção.

Mauro Varejão, presidente do Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos, Rochas e Afins (Simagran-RJ), destaca que, apesar dos altos e baixos do setor, os meses de julho a setembro foram melhores do que os do mesmo período de 2019. Ele acredita que a melhora se deva, principalmente, a reformas em hospitais, restaurantes, clubes, hotéis e residências. “Muitas pessoas guardaram dinheiro durante a pandemia, porque não saíam, não viajavam, não gastavam. Então, resolveram reformar”.

Resiliência na indústria

“O aumento na geração de empregos demonstra que estamos vendo a recuperação chegar, principalmente pela resiliência da indústria”, analisa Rodrigo Santiago, presidente do Conselho Empresarial de Economia da Firjan e do Sindicato das Indústrias de Artefatos de Borracha do Estado do Rio de Janeiro (Sindborj).

Segundo ele, essa recuperação ainda demanda cautela, e, por isso, é necessário dar mais robustez à economia e às atividades produtivas, com uma agenda de competitividade, reformas estruturantes e segurança jurídica, já que dificilmente a indústria terá a resiliência necessária para outro choque dessa magnitude. “Então, que a retomada nos incentive a avançar mais rápido nas reformas que se fazem necessárias”, defende.

“A indústria aguentou o choque, teve fôlego e agora está recuperando mais rápido do que muitos acreditavam. De qualquer forma, é preciso ser cauteloso, porque não chegamos ainda ao nível pré-pandemia”, pondera Santiago, acrescentando que, como o setor de artefatos de borracha é muito horizontal – vai de pneus a balões de festas –, nem todas as empresas afiliadas voltaram a recontratar.

Entre as dez regiões fluminenses, a capital liderou a oferta de vagas. Os setores que se destacaram na cidade foram obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações, seguido pela construção de edifícios, construção de obras de artes especiais – como pontes e viadutos – e confecção de roupas íntimas.

Postos de trabalho
gerados por região

(jul/ago 2020)

Capital 2.222
Leste 1.226
Nova Iguaçu e região 850
Caxias e região 601
Norte 324
Centro-Norte 269
Centro-Sul 243
Noroeste 217
Sul Fluminense 41
Serrana -107

Já com relação a todos os setores econômicos, incluindo comércio e serviços, os dados apontam que 63 dos 92 municípios do estado registraram saldo positivo, em agosto. Na opinião de Marcio Afonso, a expectativa é de que a demanda vá aumentar, resultando em mais contratações nos próximos meses. “Tanto para repor o que foi perdido quanto para atender essa demanda nos próximos meses”, finaliza o especialista de Estudos Econômicos da Firjan.

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