As organizações lidam cada vez mais com os desafios impostos pela chegada da geração Y ao mercado de trabalho. E a geração Z também já está ocupando seu espaço. Como engajar esses trabalhadores, nascidos após os anos 1980, no ambiente corporativo? Apostilas, salas de reunião e aulas com um tutor são consideradas práticas pouco eficazes para essa nova força produtiva.

Nesse contexto, aumenta o uso da gamificação nas empresas como importante estratégia de engajamento dos funcionários. “Os trabalhadores de agora não são como os de antigamente. Formas mais tradicionais de absorção de conteúdo são vistas como chatas e monótonas porque essas pessoas cresceram acompanhando a tecnologia e aprenderam a dividir sua atenção com diversas outras tarefas”, destaca Priscilla Vasconcelos de Morais, pesquisadora industrial no Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Sistemas Virtuais.

Em 29/10, Priscilla participou do SBGames, simpósio que acontece simultaneamente à Feira 3CS Kids & Teens, no Riocentro, falando sobre aplicações da gamificação e sua tecnologia em ambientes corporativos. Realizado pela Sociedade Brasileira de Computação, o SBGames é o maior evento acadêmico da América Latina nessa área.

Priscilla Vasconcelos de Morais, pesquisadora no Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Sistemas Virtuais, deu palestra sobre o tema na Feira 3CS Kids & Teens. | Foto: Vinicius Magalhães

Mas, afinal, o que é gamificação?

Priscilla explica que se trata da utilização de conceitos de jogo – tais como narrativas, sistemas de recompensa, objetivos, regras, diversão e interação – para fins de transmissão de conteúdo. A ideia é mobilizar os trabalhadores em jogos imersivos e interativos, que utilizem recursos como, por exemplo, de realidade virtual.

A estratégia vem sendo cada vez mais aplicada nas áreas da educação, fisioterapia e psicologia. “É um conceito relativamente recente que ganhou força nos últimos dez anos”, observa. As vantagens oferecidas são significativas. “A gamificação estimula a competição saudável, o trabalho em equipe e gera sentimento de conquista e feedback em tempo real. Além disso, o ensinamento se dá na prática, com mais liberdade para erros, pois se trata de um jogo”, argumenta.

Durante a palestra, Priscilla também apresentou exemplos de treinamentos realizados pelo ISI para empresas que querem investir em gamificação. Um dos trabalhos prestados pelo instituto foi para a Petrobras. O jogo FPSO, através de várias fases diferentes e dinâmicas, ensinou sobre sistemas de plataformas. “O jogo conta uma história, com personagens, fases e dinâmicas diferentes. É uma nova e eficaz forma de mobilizar os funcionários”, reforça.