O comprometimento ético pode elevar o valor de mercado de uma empresa. A afirmação é de André Paris, especialista em compliance, que vê na temática uma estratégia para o crescimento das empresas, dentro de um mundo em constante discussão sobre condutas adequadas na sociedade. André participou do debate “A ética como elemento de sucesso empresarial”, em 23/02, pelo canal da Firjan no YouTube, ao lado da advogada Marisa Peres, diretora de Gestão de Riscos e compliance officer da Nissan para a América do Sul.

Assista à íntegra da palestra:

Com mediação de Gisela Gadelha, diretora de Compliance e Jurídico da Firjan, o debate on-line aconteceu no Dia Mundial da Ética, apresentando ações para nortear a postura das empresas e de seus colaboradores na atualidade. Gisela lembrou que, em valores éticos, “o tom vem de cima”.

“É importantíssima a demonstração do comprometimento dos diretores e do presidente, como acontece aqui na Firjan, em que todas as lideranças e programas expressam claramente essa determinação”, comentou.

Para Marisa Peres, o uso de um termo em inglês pode até intimidar, mas deve ser levado para dentro das companhias, como uma política clara de comprometimento em torno de normas que abrangem desde as preocupações com a conservação do meio ambiente até a convivência entre os colegas. “O compliance officer tem que esclarecer para todo o quadro, incluindo as lideranças, que os valores regulam a vida daquela empresa, incluindo o combate à corrupção”.

Autor de livros sobre o tema, entre eles “Compliance – Ética e Transparência como Caminho”, André Paris lembrou que o compromisso com a ética tem reduzido gastos em litígios e sanções, além de reter e atrair para as empresas talentos das novas gerações, preocupadas com questões como o combate ao trabalho análogo à escravidão, diversidade, assédio moral ou sexual.

“Há pesquisas demonstrando que ações de empresas com programas de compliance têm performance 13,5 vezes superior na Bolsa de Valores do que as de companhias que não implantam tais procedimentos. O retorno chega em todas as áreas da empresa, incluindo a operacional, pois há redução de custos que muitas vezes passam despercebidos, como o de uso excessivo de impressoras, que aumenta o consumo de energia”, afirma André.