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Casa Firjan debate o uso de dados a serviço da transformação social

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Publicado em 26/06/2019 12:27  -  Atualizado em  27/06/2019 12:45

Para grande parte das pessoas, a ciência de dados é um assunto abstrato, reservado apenas a um campo restrito de profissionais que dominam esse universo. No entanto, os dados também podem e devem ser usados para gerar impactos sociais relevantes e positivos. Essa foi a tônica da palestra “Como utilizar a ciência de dados para a Transformação Social”, realizada em 25/6, na Casa Firjan, como parte do ciclo Aquário.
 
Exemplo desse tipo de iniciativa é o “Serenata de Amor”, da Open Knowledge Brasil. Unindo tecnologia e engajamento cívico, o projeto atua a partir dos dados abertos da Câmara dos Deputados para controle social do governo. O Serenata criou a Rosie, uma inteligência artificial que analisa os gastos reembolsados pela Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) e identifica suspeitas de mau uso do dinheiro público pelos deputados e senadores.
 
Natália Mazotte, diretora-executiva da Open Knowledge Brasil, explica que a Câmara recebe cerca de 1.500 recibos por dia – referentes à despesas com alimentação, transporte e demais necessidades dos parlamentares –, uma quantidade de difícil controle sem o uso de ferramentas específicas, como a Rosie.
 
Desde a criação da ferramenta, foram mais de 8 mil suspeitas detectadas, mais de 800 denúncias oficiais à Câmara e 134 reembolsos cancelados, totalizando mais de R$ 50 mil devolvidos à Câmara. “O engajamento é a parte fundamental do projeto. Os dados, sem o braço cívico da população, são uma parte pequena do trabalho. É preciso incentivar o envolvimento das pessoas no monitoramento do governo”, destaca.
 
Experiências nas favelas do Rio
 
Clara Sacco, co-fundadora e coordenadora do Data Labe, concorda: “O desafio, sem dúvida, é de mobilização. Temos que pensar em estratégias que aproximem essa realidade abstrata das pessoas. O Data Labe surgiu da urgência de se democratizar as ferramentas e diversificar as perspectivas desse campo de conhecimento”, conta.
 
O Data Labe é um laboratório composto por moradores do conjunto de favelas da Maré, que produzem suas próprias narrativas por meio de dados. Um de seus projetos mais recentes, o Cocô Zap, busca envolver a população na busca por soluções e diagnósticos mais eficientes acerca da realidade do saneamento básico do território, já que, de acordo com Clara, os dados oficiais não dão conta da situação real.
 
O laboratório usa como aliado o WhatsApp que, além de ser uma ferramenta popular, funciona por áudio, dispensando a necessidade da escrita – um impasse para muitos. “A ideia é que os moradores sejam capazes de fazer suas denúncias e criar uma base de dados mais fidedigna”, afirma Clara.
 
Para Aline Fróes, co-fundadora do movimento Vai na Web, trata-se de colocar a tecnologia certa no lugar certo para estabelecer condições mais eficientes de compreensão dos cenários negligenciados pelos dados oficiais. O movimento Vai Na Web é um programa de educação digital avançada que funciona no Complexo do Alemão e no Morro dos Prazeres, com o objetivo de democratizar o acesso à tecnologia e ensinar programação a jovens em situação de vulnerabilidade social. “Queremos que eles aprendam tecnologia e a utilizem para resolver os problemas de sua própria realidade”, frisa.
 
Será ainda melhor se pudermos prover isso através de impacto social. Há inteligência e potência nas favelas, Aline Fóes, co-fundadora do Vai na Web
 
Aline também salienta a necessidade de produção de dados com qualidade para atender demandas de empresas. “O mercado precisa, cada vez mais, de profissionais que saibam trabalhar com análise de dados. Será ainda melhor se pudermos prover isso através de impacto social. Há inteligência e potência nas favelas”, argumenta.
 
Por fim, Diogo Tolezano, CEO da Pluvi.On, falou sobre a startup fundada há três anos com a missão de salvar vidas e reduzir perdas financeiras decorrentes de chuvas fortes, enchentes e deslizamentos. De acordo com dados do World Bank, 33 milhões de pessoas são impactadas no Brasil pela falta de previsibilidade do tempo. E as perdas são de R$ 10 bilhões por ano.
 
“A baixa previsibilidade acontece, pois ainda temos escassez de dados metereológicos no país. Desenvolvemos nossa própria rede de estações que é mais acessível e conectada, pois temos uma maior quantidade de dados observados, oferecendo alertas mais localizados e precisos para quem necessita”, conta Tolezano.
 
A empresa também está desenvolvendo o “São Pedro virtual”, um bot que emite alertas antecipados para população em uma linguagem coloquial. O projeto deu tão certo que foi convidado para integrar a plataforma de cidades inteligentes da ONU. “Costumamos dizer que falar sobre o tempo não é papo de elevador. Podemos salvar vidas. Usamos esses dados para transformar a sociedade”, ressalta.
 
Confira a agenda completa da Casa Firjan aqui.
 
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