O Aquário Casa Firjan reuniu representantes da indústria e de empresas de pesquisa e consultoria, em 15/03, para apresentar informações atualizadas sobre ESG (critérios ambientais, sociais e de governança, da sigla em inglês) e debater tendências para este ano. “Deixou de ser um tema da moda para ser uma realidade conectada diretamente com a competitividade e com a estratégia industrial. Lançamos em 2021 a publicação ‘Critérios e Métricas ESG para a Indústria’, após websérie e pesquisa com empresários. Essa discussão precisa ser mantida viva”, ressalta Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade da federação.
Assista na íntegra a essa edição do Aquário Casa Firjan:
Este ano, a L'Oreal vai implantar o programa Carbono Neutro que, dentre outras ações, prevê o uso de 100% de energia renovável em todas as suas unidades no Brasil. “O que fazemos é compartilhar a urgência dos critérios ESG no nosso negócio. Não somos perfeitos em relação à sustentabilidade, mas não podemos desistir de melhorar. O planeta tem menos de oito anos para mudar o modo de viver e evitar um aumento insuportável da temperatura no globo”, defende Maya Colombani, diretora de Sustentabilidade e Direitos Humanos na L'Oreal Brasil.
A pandemia da Covid-19 agravou as desigualdades sociais, especialmente para mulheres e indígenas. Por isso, na opinião de Maya, as empresas precisam de mais protagonismo na solução dessas questões. Na empresa de cosméticos, 92% dos produtos novos ou renovados possuem perfil ambiental ou social melhorado. E no Rio, fica o laboratório mais sustentável da multinacional entre todos o que possui no mundo.
“Usamos 95% de ingredientes naturais em nossos cosméticos, com 100% de fornecimento sustentável. Temos um Fundo Mundial pela Natureza de 50 milhões de euros, que vai aplicar grande parte dos recursos na preservação da Amazônia”, completa a executiva.
Com o tema “Tendências para ESG em 2022: Por que toda empresa deve ficar atenta?”, a live também apresentou uma pesquisa recente feita pela consultoria PwC, com 4.400 executivos de 89 países. Na enquete, as mudanças climáticas foram apontadas por 36% dos executivos brasileiros e 33% dos globais como a quarta principal ameaça aos negócios, atrás de instabilidade macroeconômica, riscos cibernéticos e desigualdade social.
“Os líderes ainda têm a percepção equivocada de que a questão climática pode ser deixada para depois, que não é prioridade das empresas”, analisa Mauricio Colombari, sócio na PwC Brasil e líder de ESG. O estudo mapeou também que apenas 27% dos entrevistados no Brasil assumiram compromisso de net zero (balanço líquido zero entre emissão e remoção de gases de efeito estufa) e 31% de carbono neutro.
Ricardo Voltolini, CEO da consultoria Ideia Sustentável e autor de “Vamos falar de ESG?” aposta que o tema veio para ficar e mudará a lógica de pensar de toda uma geração de líderes. Ele acredita que essas mudanças já começaram a ocorrer e tendem a se intensificar em áreas como diversidade e inclusão; mudanças climáticas e descarbonização; e governança. “Se empresas e governos não investirem em novos modelos de produção e consumo, não teremos segurança climática. Além disso, a ascensão dos millennials nas empresas traz uma pressão por negócios sustentáveis”, salienta Voltolini.
