Conforme índice da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, média estadual está 28% da média nacional
O desenvolvimento socioeconômico do Pará evoluiu 51,4% no período de 20213 a 2023, revela o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com base em dados oficiais referentes ao ano de 2023, esta edição do IFDM analisou 5.550 municípios brasileiros, que respondem por 99,96% da população.
O principal fator para a evolução dos municípios paraenses foi o desempenho em Educação, que registrou alta de +133,7%, seguido por Saúde (+50,0%) e por Emprego & Renda (+11,4%). O movimento foi disseminado pelo estado, com todos os municípios evoluindo frente a 2013. No entanto, ainda há desafios a serem superados, uma vez que a média do indicador do estado se situa 28,4% abaixo da média nacional de 0,6067.
“É inadmissível que ainda hoje, apesar da melhoria nos últimos anos, a gente tenha um Brasil tão desigual. Através do IFDM conseguimos chamar a atenção para a situação crítica de muitas cidades, que nem sequer tem quantidade razoável de médicos para atender a população, em que a diversidade econômica é tão baixa que sete em cada dez empregos formais são na administração pública. Nossos cálculos indicam que as cidades críticas têm, em média, mais de duas décadas de atraso em relação as mais desenvolvidas do país. É como se parte dos brasileiros ainda estivesse vivendo no século passado”, ressalta o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Criado em 2008 e atualizado neste ano com nova metodologia, o estudo é composto pelos indicadores de Emprego&Renda, Saúde e Educação e varia de 0 a 1 ponto, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento socioeconômico. Por meio dessa pontuação, é possível avaliar o município de forma geral e específica em cada um dos indicadores.?
Tanto a avaliação geral quanto as análises dos indicadores são classificadas em quatro conceitos: entre 0 e 0,4 – desenvolvimento crítico; entre 0,4 e 0,6 – desenvolvimento baixo; entre 0,6 e 0,8 – desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1 – desenvolvimento alto. O estudo permite, ainda, avaliação absoluta por município e ano e comparações entre cidades e anos anteriores.
94% dos municípios apresentam desempenho baixo ou crítico
O IFDM analisou o desenvolvimento socioeconômico dos 144 municípios do estado do Pará. A distribuição entre as faixas de desenvolvimento do IFDM revela que 94,4% dos municípios paraenses atingiram desenvolvimento baixo ou crítico, duas vezes mais que a proporção brasileira (47,3%). 54,9% dos municípios do Pará registraram desenvolvimento baixo, enquanto 39,6% apresentaram desenvolvimento crítico. Apenas 5,6% das cidades atingiram o grau de desenvolvimento moderado e nenhum município se situa na faixa de desenvolvimento alta.
Em termos populacionais, o resultado consolidado do IFDM paraense indica que 2,4 milhões de pessoas (27,6%) estão localizadas em cidades cujo grau de desenvolvimento é moderado. No entanto, quase três quartos da população – 6,2 milhões de pessoas ou 72,4% - vivem em cidades com desenvolvimento crítico ou baixo. Em termos relativos, o Pará é o terceiro estado onde mais pessoas vivem nessas faixas de desenvolvimento, ficando à frente somente de Amapá (100%) e Maranhão (77,6%).
Os municípios de Canaã dos Carajás, Belém, Marabá, Parauapebas e Redenção compõem o Top 5 do estado paraense. Já na parte de baixo da tabela estão Alenquer, Curralinho, Melgaço, Limoeiro do Ajuru e Oeiras do Pará.