O Summit Inovação da Indústria 2018, organizado pela Firjan IEL, debateu, em 09/11, os novos modelos de negócios das empresas, nesse momento de transformação digital. A interação das grandes companhias com as startups e as novas práticas de gestão estiveram entre os principais tópicos abordados.
“Tempos exponenciais exigem novo perfil de liderança, muito mais voltado para a capacidade fazer conexões e de pensar de maneira não convencional”, pontuou
Allan Costa, cofundador da AAA Academy, mentor de startups e membro do Harvard Business School Startup Angels.
Allan Costa, que foi um dos palestrantes do dia, observou que ter qualidade, hoje, não é mais diferencial. Inovar já é regra essencial para as empresas terem sucesso. Entretanto, as tecnologias 4.0 evoluem mais rapidamente do que a capacidade das empresas de absorvê-las. Com isso, as criações nem sempre chegam a ser lançadas. “Um grande desafio é incorporar a inovação na velocidade em que estamos vivendo”.
Ladmir Carvalho, CEO e cofundador da Alterdata, empresa de Teresópolis que começou a desenvolver softwares em 1989, pontuou o processo de adaptação permanente enfrentado pela empresa. “Um dia, fomos uma startup e estamos desde sempre buscando nosso próprio caminho. Não esperamos que os colaboradores cheguem prontos, por isso criamos nossa universidade corporativa, mas errar é parte do aprendizado”, afirmou.
Processo de adaptação
Empresas de grande porte também contaram suas experiências nessa migração para a nova economia. Augusto Borella Hougaz, gerente geral de Transformação Digital da Petrobras, destacou três aspectos necessários às grandes companhias: adaptar processos, de modo a inserir a contratação de startups; criar ambiente de tecnologia e de experimentação; e mudar a cultura, o que inclui não tratar essas empresas empreendedoras como fornecedoras. “A sociedade está se transformando digitalmente e temos que nos transformar também como empresa. É uma mudança cultural”, ressaltou.
Jorge Fernandes, especialista em Estratégia Digital da Vale, disse que a empresa já adota várias tecnologias, mas busca avançar rumo à mineração 4.0. “Acreditamos que só com tecnologia vamos continuar crescendo”, frisou. Segundo ele, a empresa está, neste momento, buscando parceria com startup para avançar em diversas frentes, com o objetivo de chegar ao conceito de Vale 4.0 em 2022.
Ricardo Maia, vice-presidente da Firjan, complementou o raciocínio, ao afirmar que a inovação deve permear a organização, e não ser um departamento da empresa. Além disso, os objetivos das companhias devem ser claros. “Novos modelos de negócios estão rompendo com a lógica atual”, enfatizou.
Carlos Magno, gerente geral de Negócios da Firjan, lembrou que as startups brasileiras possuem, em média, 2,4 anos de existência e que um dos desafios desses empreendedores é a inadequação da equipe. “No estado do Rio já temos 433 startups formais e 19 incubadoras. A federação disponibiliza um Banco de Talentos, com 95 mil formandos que podem contribuir para alavancar esses empreendimentos”, sugeriu. A federação conta ainda com os Institutos de Tecnologia (IST) Firjan SENAI Ambiental, Solda e Automação e Simulação; e os Institutos de Inovação (ISI) em Química Verde, Sistemas Virtuais de Produção e Inspeção e Integridade.
O papel das lideranças nessa trajetória é fundamental, precisam de um novo mindset voltado para transformação e ter um propósito que faça sentido. A Firjan IEL está realizando o programa Lidera 4.0, que tem provocado os líderes para as novas habilidades. O próximo modulo será sobre criatividade e modelo de negócios, com Allan Costa.
Realizado na Firjan Sede, o evento lotou o Centro de Convenções e teve cerca de 30 palestrantes e debatedores.
O evento teve como parceiros: IBGC, ABDI, BNDES, FINEP, IEL Nacional, Consulado Britânico, Consulado de Israel e AHK.