Previsão é que o reajuste médio para o consumidor industrial seja de 20,56% nas cidades atendidas pela LightFoto: Vinicius Magalhães
A presidente da Light, Ana Marta Veloso, expôs as razões para a antecipação da revisão tarifária que aconteceria em novembro de 2018 para março de 2017, em reunião com empresários no Conselho Empresarial de Energia Elétrica do Sistema FIRJAN. A previsão é que o reajuste médio para o consumidor industrial seja de 20,56% nas 33 cidades que a concessionária atende no estado do Rio.
Segundo ela, a empresa sofre com a expressiva inadimplência dos consumidores - aumentada pela crise econômica - e também com o furto de energia em diversos pontos do Estado. Ana Marta ressaltou que, atualmente, 20% da energia do Rio de Janeiro é roubada, e este número é equivalente ao consumo de um estado do tamanho do Espírito Santo.
“Em conversa com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a reguladora reconheceu a complexidade da nossa área de concessão e concedeu a antecipação da nossa revisão para março deste ano”, explicou Ana Marta.
A presidente ressaltou também que a parcela que corresponde aos custos da Light em uma tarifa média é de cerca 17,30%. Grande parte da composição tarifária tem origem no repasse de encargos e tributos (47%) e o restante refere-se aos custos com transmissão e compra de energia.
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Ana Marta ressaltou que, atualmente, 20% da energia do Rio de Janeiro é roubada | Foto: Vinicius Magalhães |
O presidente do Conselho, Sérgio Malta, destacou a relevância da audiência pública marcada pela Aneel no próximo dia 19 de janeiro, no auditório da FIRJAN, para debater a revisão. De acordo com ele, a empresa assumiu um compromisso muito forte de aumento da qualidade nos próximos anos que vai se reverter num produto com menos interrupções.
“No entanto, estaremos presentes na audiência para discutir a divisão que esse reajuste seja menor para a indústria, que já está muito impactada com os impostos, a queda do mercado, recessão e outros tantos problemas enfrentados pelo Estado”, disse Malta.
Pietro Éber, presidente do Instituto de Energia e Ambiente (IEE), reforçou a importância do governo nesta questão, fundamental para a competitividade das indústrias: “A tarifa precisa refletir, tanto quanto possível, quanto custa atender cada consumidor, porque se um paga um valor menor do que o que gasta, esse custo é transferido para outros consumidores. É uma questão de justiça. O incentivo deveria ser dado pelo próprio governo ao abaixar os tributos”.
A audiência pública que irá tratar da revisão tarifária da Light será realizada em 19 de janeiro, a partir de 9 horas, no Centro de Convenções do Sistema FIRJAN.
A reunião do Conselho Empresarial de Energia Elétrica aconteceu em 12 de janeiro, na sede da Federação.