Na data em que se comemora o Dia da Indústria, 25 de maio, a FIRJAN reuniu empresários e representantes da Prefeitura de Campos para discutir o futuro do setor industrial do município.

O presidente do Conselho da Representação Regional da FIRJAN no Norte Fluminense, Fernando Aguiar, abriu o evento mostrando dados sobre a atual situação da indústria no Norte Fluminense. Ele lembrou que a região foi a mais atingida pela crise.

Entre 2014 e 2017, o número de indústrias na região caiu de 3128 para 2987. Os reflexos disso são sentidos também nos setores de comércio e serviços. 

Em 2017, foram extintas 11.860 vagas na região, sendo Macaé a cidade mais atingida, fechando 8.904 postos. Apenas o setor da Construção fechou mais de 6.000 postos de trabalho na região.

Fernando Aguiar lembrou ainda a grave situação causada pela paralisação dos caminhoneiros e afirmou que a solução para este impasse, porém, não pode se dar via aumento de impostos.

“No Dia da Indústria, os dados não nos dão muitos motivos para comemorar, porém seguimos confiantes no país e na recuperação da economia”, disse.

Ambiente de Negócios 

O secretário de Desenvolvimento de Campos, Felipe Quintanilha, apresentou as ações que o poder municipal vem desenvolvendo para melhorar o ambiente de negócios da cidade.

“Estamos apostando num trabalho articulado entre universidades, indústria e poder público para desenvolver projetos que alavanquem o setor industrial e outros setores produtivos de nossa economia”, destacou.

Entre os projetos apresentados estão a desburocratização de processos, a revitalização de setores tradicionais da economia da cidade, inclusão digital para o comércio e a realização de PPPs (parcerias público privadas) para desenvolver projetos como o da reforma e ampliação do aeroporto, transformando-o numa área de negócios.

Os empresários apresentaram algumas questões que impactam diretamente a atividade industrial no município, como a falta de fiscalização de empresas informais e a dificuldade para o avanço de processos burocráticos na prefeitura.

“A dificuldade para dar andamento nos processos é muito grande. Isso afeta diretamente o setor produtivo e faz com que nosso ambiente de negócios seja ruim para as empresas que já estão instaladas aqui e para as que poderiam vir de fora, afirmou o presidente da Associação das Indústrias da CODIN, Lucas Vieira

A alta carga tributária e a falta de mais processos online foram outras queixas apresentadas pelos empresários, que também solicitaram mais apoio do poder público para as indústrias do município.

“Não podemos querer atrair mais empresas para Campos se as que estão instaladas aqui sofrem para sobreviver. É preciso que o poder público municipal incentive e apoie mais as indústrias locais, que geram empregos e desenvolvimento”, afirmou o empresário Thieres Rodrigues.

O presidente da CODENCA, Vinícius Vieira, informou que a companhia está criando um departamento específico para cuidar da indústria em Campos.

“Vamos entender as demandas do setor, conversar com os sindicatos e fazer uma aproximação com o poder público e a academia para apresentar soluções de maneira eficiente e melhorar o ambiente de negócios da cidade, desenvolvendo esse setor tão importante”, afirmou ele.