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Economia circular cria novos paradigmas de produção e consumo

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Publicado em 14/06/2017 17:34  -  Atualizado em  16/06/2017 13:47

Os últimos 150 anos de evolução da sociedade foram dominados por um modelo de produção e consumo linear, onde os produtos manufaturados a partir de matérias-primas são vendidos, utilizados e, depois, descartados como rejeito. Esse modelo linear baseado em extração-transformação-descarte, foi extremamente bem-sucedido em fornecer ao consumidor, produtos a preços acessíveis, mas tem como limitador, a finitude dos recursos naturais. A Economia Circular caracteriza-se por imitar os sistemas naturais, considerando novos tipos de transações e de relações empresariais, além de influenciar mudanças nas responsabilidade empresariais e sociais.

No estado do Rio, o Sistema FIRJAN vem trabalhando há mais de dois anos para difundir esse modelo de produção. Uma das ações recentes nesse sentido foi o lançamento do livro “Economia Circular Holanda–Brasil, da Prática à Teoria”. A obra é ponto alto de um intercâmbio entre o Brasil e a Holanda e discute as possibilidades de implantação desse conceito em território fluminense. A publicação destaca cases do Instituto SENAI de Tecnologia (IST) Ambiental e do Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Química Verde. O IST e o ISI trabalham de forma integrada no apoio à indústria fluminense, oferecendo soluções sustentáveis no âmbito da química verde e da economia circular.

O setor produtivo fluminense está representado no livro pelo empresário Cláudio Patrick Vollers, coinventor da tampa clever caps, que já aplica esses princípios ao seu negócio. Patrick desenvolveu uma tampa que, depois de usada, serve como bloco de montar. “Para fazer o projeto, procurei por necessidades não atendidas, depois por soluções que gerassem uma percepção de valor para o consumidor”, contou o empresário.

Intercâmbio

A FIRJAN trouxe a temática para o público empresarial pela primeira vez durante o Seminário FIRJAN de Ação Ambiental, em 2016. Ainda no ano passado, a convite do Consulado Geral do Reino dos Países Baixos no Rio de Janeiro, participou de um seminário sobre Economia Circular realizado na Casa da Holanda durante as Olimpíadas. “Na troca de conhecimento com o Brasil, observamos que o brasileiro tem um desejo real de mudar modelos de negócios e percebemos o interesse de alguns empresários em estender as possibilidades da economia circular para as suas empresas”, explicou Douwe Jan Joustra, especialista em Economia Circular.

Com o objetivo de conhecer o processo de formulação dessa política pública e a aplicação prática desse conceito na Holanda, o Consulado convidou a FIRJAN para a realização de uma missão técnica ao país, realizada em maio. “A missão técnica colocou o Rio de Janeiro como o primeiro estado a fomentar, investir e conceber uma economia produtiva e inovadora capaz de se sustentar ao longo dos anos”, destacou Jorge Peron, gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da FIRJAN.

Ele explica que a Economia Circular é tratada como política pública na Holanda, com ações que envolvem a indústria, agências de fomento, poder público e academia. “Vimos projetos, produtos e serviços que já nasceram aplicando os conceitos da Economia Circular, como um condomínio industrial pensado para operar nesse modelo. Essa visão permite otimizar recursos e potencializar resultados”, disse o gerente.

Como desdobramentos da visita, a Federação ampliará a difusão de cinco ferramentas oferecidas pelo IST Ambiental e pelo ISI Química Verde: Lean Manufacturing, Produção mais Limpa, Chemical Leasing, Química Verde e Simbiose Industrial. “São serviços que já oferecemos e que, pelo o que observamos na Holanda, estão mais alinhados aos conceitos de produção da Economia Circular”, detalhou Peron.

Vocação

Na Holanda, a Economia Circular foi inicialmente estruturada para ser aplicada em alguns setores da economia, mas notou-se que, em função do novo modelo, alguns segmentos se reinventaram e algumas oportunidades foram criadas para outros mercados.

Uma oportunidade percebida foi a adoção do modelo “produto como serviço”, onde o fornecedor do serviço entrega uma performance, algo já praticado pelo Chemical Leasing. Da mesma forma, o desenvolvimento da cultura do compartilhamento merece atenção do setor empresarial, principalmente em condomínios industriais, o que reforça as experiências com a Simbiose Industrial.

Segundo Peron, a Economia Circular traz benefícios para o setor produtivo em todas as etapas dos processos industriais. É uma oportunidade de rever o “modelo linear” de maneira que os produtos sejam projetados levando-se em consideração a facilidade de manutenção ou desmonte para aproveitamento dos componentes no mesmo ou em outros processos e produtos. A redução dos resíduos é uma consequência imediata desse processo.

“Para o fabricante, surge a possibilidade de ele mesmo remanufaturar o seu produto e vendê-lo como produto restaurado. Esse modelo de negócios aumenta a oportunidade do leasing e aquece os mercados de manutenção e de locação de produtos que o usuário pode contratar quando precisa”, explicou.

Faça o download gratuito do livro “Economia Circular Holanda–Brasil, da Prática à Teoria”

Confira a entrevista sobre economia circular

Leia mais sobre economia circular na Carta da Indústria 722

 
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