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Diferentes usos de um produto ganham protagonismo na economia da funcionalidade

Especialistas debateram sobre o desafio de trabalhar o produto como serviço à sociedade

Especialistas debateram sobre o desafio de trabalhar o produto como serviço à sociedadeFoto: Fabiano Veneza

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Publicado em 18/04/2017 11:11  -  Atualizado em  18/04/2017 11:20

Um modelo econômico em que a base de funcionamento é a cooperação, e o protagonismo é do valor do uso e não mais do volume de produção, está ganhando espaço na Europa. Trata-se da economia da funcionalidade. A ideia é criar uma combinação entre vender bens e serviços, que antes eram pensados separadamente, buscando um melhor desempenho de uso.

Para ajudar a entender melhor a aplicabilidade e as vantagens desse conceito, o Sistema FIRJAN sediou uma palestra sobre a economia da funcionalidade, debatendo o assunto no escopo das ações desenvolvidas pela Instituição sobre economia circular. Para tanto, foram convidados dois economistas franceses: o professor da Universidade de Paris I – Pantheón-Sorbonne, François Hubault, e o presidente do Instituto Europeu de Economia da Funcionalidade e Cooperação da França, Christian du Tertre.

Segundo Hubault, a proposta da economia circular ganhou força nos últimos anos por conta dos impactos ambientais. Ela está ligada ao conceito de reciclagem e reuso por desenvolver a ideia de minimizar a geração de resíduos e trazer de volta os materiais para o início da cadeia produtiva. Porém, de acordo com o especialista, o modelo econômico apresenta algumas limitações.

“Na economia circular, o conceito de valor ainda está muito ligado ao volume de produção, e o mercado financeiro ainda tem uma posição dominante nesse contexto. Ela não acompanhou as evoluções dos estilos de vida nem o crescimento do setor de serviços”, explicou.

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Para François Hubault, a proposta da economia circular ganhou força nos últimos anos por conta dos impactos ambientais | Foto: Fabiano Veneza


Segundo o professor, há espaço para o desenvolvimento de uma economia que propõe como valor a utilização dos produtos em vez da posse dos mesmos. Isso significa que as empresas não venderiam mais produtos, mas sim a sua função de uso. Por vezes, até diminuiriam a produção: “A rentabilidade está agora ligada à performance do uso. Enquanto a economia circular é dirigida pela filosofia industrial, a economia da funcionalidade é guiada pelas necessidades socioambientais”.

“É uma mudança de pensamento muito grande, além de ser uma solução para a crise do trabalho, que aparece quando os trabalhadores não enxergam propósito em suas atividades laborais e acabam tendo problemas de saúde mental. Assim, adotar esses conceitos nas empresas dará um significado aos colaboradores por conta dos impactos sociais e ambientais que eles estão ajudando a produzir”, esclareceu Hubault.

O professor ainda afirmou que o papel governamental consiste na ampliação do perímetro da atividade e dos atores da economia da funcionalidade, diminuindo o impacto da concorrência e leis de mercado, assim como da influência dos shareholders (acionistas) e bancos. Além disso, deve incentivar a atuação das empresas nas questões sociais.

Desafios

O Sistema FIRJAN já havia percebido a forte tendência do conceito de economia circular em 2016. Desse modo, trabalhou densamente o tema junto aos empresários, observando bons resultados. A descoberta da economia da funcionalidade, que se difere em alguns pontos da teoria anterior, mostrou-se como uma possibilidade a mais de agregar conhecimento e valor à indústria fluminense.

“Gostaríamos de entender melhor a aplicabilidade da economia da funcionalidade no dia a dia das empresas e, por isso, estamos procurando nos aprofundar mais sobre o tema antes de propô-lo aos empresários”, explicou Carolina Zoccoli, especialista em Meio Ambiente do Sistema FIRJAN.

Um dos desafios identificados é trabalhar o produto como serviço à sociedade. Quando se trata de uma empresa fornecendo para a outra, o business to business, essa mentalidade já é mais enraizada. Por outro lado, ao se falar da venda para o consumidor final, essa realidade muda.

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Público acompanhou atento o debate sobre a economia da funcionalidade | Foto: Fabiano Veneza


A especialista da FIRJAN explica que o consumidor ainda tem a visão da sociedade do consumo, da posse sobre um bem. “Alguns segmentos, como de moda, já avançaram nisso, valorizando marcas com ações socioambientais. Portanto, é preciso trabalhar setorialmente para entender as necessidades individuais e desenvolver a melhor forma de expor essas novas possibilidades aos empresários”, concluiu Carolina. 

O debate com os especialistas franceses aconteceu em 13 de abril, na sede da Federação.

Saiba mais sobre Economia Circular, acesse a Carta da Indústria edição 722

 
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